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Paul, amizades e a camiseta

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Por sugestão da escritora Maria Antônia Moreira eu já havia desenhado a arte para uma camiseta comemorativa do show de Elton John em BH que teve um relativo sucesso.

A partir daí preparamos para o show de Paul McCartney em 04/05/2013 uma nova arte para camisetas, que foi imediatamente disponibilizada para aquisição e adotada pela Maria Antônia, Marcelo Xavier, Álvaro Gentil, e vários outros amigos como ‘uniforme’ oficial para assistir o show.

A empreitada coletiva, e a admiração por Paul e os Beatles, mereceu matéria no jornal Hoje em Dia em 03/05/2013 com texto de Elemara Duarte (abaixo) e fotos de Fred Haikal tiradas no local onde a ideia nasceu, o Café Book e BH.paul 004

A matéria:

Eles viveram a adolescência e a beatlemania típica dos anos 1960 em diferentes cantos de Minas Gerais. Unidos pela amizade, um quarteto – não de Liverpool, mas radicados em BH – planeja voltar aos tempos da juventude, amanhã, no show de Paul McCartney. Já está tudo pronto: ingressos garantidos, van fretada, camisetas personalizadas, letras na ponta da língua (há décadas) e entusiasmo de sobra.

Um deles é o artista plástico Marcelo Xavier. Mineiro de Ipanema, Leste de Minas, ele viu os Beatles pela primeira vez, em 1964, numa banca de revistas. “Eu era office boy e estava passando pela banca ao lado da minha chefe e vi a foto do quarteto maravilhoso, com franjas”, lembra nitidamente, hoje, aos 63 anos.

Xavier já ouvia Paul, John, George e Ringo no rádio, mas ver os donos das vozes com suas respectivas atitudes ançando moda foi outros 500. “Era uma época em que todo mundo usava topete. O mundo era muito comportado. Eles chegaram mudando tudo”, registra. Sem pensar duas vezes, Xavier decidiu seguir a seita roqueira made in Liverpool.

O show de sábado (4) é o fim de uma longa espera. “Só de estarmos no mesmo planeta com caras como aqueles já é demais. No mesmo show então, com um deles, nem se fala”, diz. Marcelo Xavier é cadeirante e foi ao jogo entre Cruzeiro e Nacional, no mesmo Mineirão onde acontecerá o show. “Não tive problemas. O estádio está completamente adaptado”, garante.

Encontro de gerações

Na mesma van irá a escritora Maria Antonia Coelho Moreira, 57 anos, junto da família: marido, filha, irmã, cunhado. “Era 1966, eu morava em Teófilo Otoni, região Nordeste do Estado. Lá, tínhamos apenas o pai de uma amiga nossa que viajava para o exterior, e que dava notícia dos Beatles para a gente”, lembra-se. Das viagens, ele trazia compactos com canções da banda para a alegria da turma.

Já em Belo Horizonte, Maria Antonia recorreu a um tio – beatlemaníaco – para aumentar seu repertório. “Quero me alimentar dessa energia deliciosa que aguardo desde a adolescência”.

O livreiro Álvaro Gentil, 50 anos, não mede esforços para ver Paul McCartney. Já foi a três shows do músico em outros cantos do Brasil. Ele nasceu em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, e conheceu a banda mais famosa do mundo já adulto. “John contestou, George era profundo, Ringo era o ritmo e o Paul é o mais musical. Me interesso muito pela carreira solo dele”, diz o responsável por descolar a van que vai levar a turma até o Mineirão.

Já o arquiteto João Diniz, 56 anos, ficou responsável pela estampa da camisa que uniformizará o quarteto mineiro. O desenho que Diniz fez foi postado no Twitter e no Facebook de Paul McCartney e foi compartilhado pelos fãs dezenas de vezes.

Uma curiosidade: quando tinha dez anos, Diniz já desenhava com a estética ultra colorida e fantástica da capa de “Yellow Submarine” (1966) e do filme “Magical Mystery Tour” (1967). “Minha mãe ficou muito preocupada com aquelas imagens que eu fazia. Então, me levou a um psicólogo. Que esclareceu: ‘Seu filho não está perdido!’ Esse psicólogo me absolveu”, brinca. Assim, uma mãe foi tranquilizada e, enfim, o pequeno fã pode exercer seu gosto musical em paz.

Assim como para Álvaro, ver Paul, para João Diniz, não é novidade, mas é sempre uma expectativa de emoção. Ele assistiu à apresentação do artista no último show, em São Paulo. “Gostaria que ele fosse mais experimental como em muitos lados B dos discos dele”, sugere.